Stan Getz, Antonio Carlos Jobim, Astrud et Joao Gilberto : Aguas De Março - Waters Of March (0049)

Publié le par Boris Ryczek

Quand on doit peiner à la BNF pendant quelques mois sur un sujet de mémoire, on peut malgré tout se rabattre quelques consolations… Parmi elles, je citerais notamment leur fonds audiovisuel, qui permet d’accéder en quelques minutes à des milliers d’albums de tous styles et de travailler en musique, avec un casque sur les oreilles. C’est comme ça que j’ai découvert cette version d’Aguas De Março au générique prestigieux, encore qu'attendu.

 

L’esprit est en effet le même que dans The Girl From Ipanema. Joao Gilberto attaque d’un ton plaintif, desafinado à souhait. Il est bientôt rejoint par sa sœur, dont la voix détachée insuffle malgré tout un peu de lumière au morceau. Et c’est à Stan Getz de conclure et de tirer les honneurs, par un de ces solos cool et planants qui ont fait sa célébrité (même si, au côté de Gillespie, le bougre s’est également montré un convaincant bopper).

 

Ce scénario procure à la chanson d’Antonio Carlos Jobim une certaine gravité. Ces eaux de Mars (qui équivalent à celles de Septembre, chez nous) deviennent ici celles d’un automne mélancolique, emplies d’interrogations à demi formulées… Mais d’autres versions se révèlent à leur manière, tout aussi pertinentes. Aussi, même si j’avais pu trouver celle de Getz sur Dailymotion, je vous aurais quand même proposé celle d’Elis Regina, beaucoup plus sensuelle légère. Je regrette seulement d’avoir eu un extrait aussi court de son duo avec Jobim… Vous le trouverez en version complète sur YouTube, en attendant qu’Over-Blog cesse de bloquer systématiquement les renvois vers ce site !

 

Les Paroles :

 

É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho


É um caco de vidro
É a vida é o sol
É a noite é a morte
É um laço é o anzol


É peroba no campo
É o nó da madeira
Caingá candeia
É o matita pereira


É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É o mistério profundo
É o queira ou não queira


É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga é o vão
Festa da cumeeira


É a chuva chovendo
É conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canseira


É o pé é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira


É uma ave no céu
É uma ave no chão
É um regato é uma fonte
É um pedaço de pão


É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto um desgosto
É um pouco sozinho


É um estepe é um prego
É uma conta é um conto
É um pingo pingando
É uma ponta é um ponto


É um peixe, é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando


É a lenha é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
O estilhaço na estrada


É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama, é a lama


É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um resto de mato
Na luz da manhã


São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração

É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho


É uma cobra é um pau
É João é José
É um espinho na mão
É um corte no pé


São as águas de março
Gechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração

 

É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã


São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração

 

(Jobim, The Best Of Two Worlds, 1975, Columbia)


 

La version de Getz, Gilberto et Jobim  :

 

Celle d’Elis Regina (1973) :

Publié dans Mille et une chansons

Pour être informé des derniers articles, inscrivez vous :
Commenter cet article